terça-feira, 9 de abril de 2013

A Liga Europa e o Vulcão da Luz

Marquei presença, como se impunha, no Estádio da Luz, para uma importante jornada europeia, a primeira mão dos quartos de final da Liga Europa. Todos esperamos que este tenha sido o penúltimo jogo em casa desta época para a Liga Europa e que o percurso na competição acabe com uma vitória em Amsterdão. É possível!

O Benfica fez para mim um dos melhores jogos da época contra o Newcastle.

Por mérito do Newcastle que se posicionou bem em campo, o Benfica não teve a melhor entrada no jogo. Fazendo uso da enorme velocidade dos seus homens da frente, o Newcastle aproveitou a sua primeira oportunidade para marcar e conseguir o temido golo fora, que tantas vezes compromete as eliminatórias. As coisas podiam-se ter complicado muito: à necessidade do Benfica inverter o resultado, contrapunha-se um perigoso contra-ataque inglês. Ou seja, dificilmente poderíamos ter tido um pior começo.

No entanto, este Benfica é a equipa mais consistente, mais sólida e mais forte dos últimos anos. Foi, com garra e qualidade de jogo, em busca dos golos. Logo na primeira jogada após o golo forasteiro se viu a determinação e confiança dos nossos jogadores. E assim, com a felicidade que não tivemos no primeiro lance de ataque do Newcastle, "sobrevivemos" a duas bolas no poste sabendo depois dar as estocadas nos momentos certos, com a "lança" bem "afiada" Lima a ser crucial e Cardozo a não perdoar, nem mesmo na repetição (caricata) do indiscutível penalty.

Só uma grande equipa, com estofo europeu sério, seria capaz de inverter de forma tão clara o resultado. Essa equipa merece todo o nosso apoio e carinho.

E teve-o realmente. Apesar de haver sempre insatisfeitos, o ambiente no Estádio foi talvez não infernal mas certamente vulcânico. Muitas vezes os jogadores do Newcastle andaram completamente desorientados, atarantados com o ambiente à volta do campo e a velocidade, pressão e determinação dos jogadores do Benfica. Os 3-1 espelham, até por defeito, essa realidade. Que as estatísticas também demonstram: 20 remates contra 7, 12 cantos contra zero. O resultado poderia até ter sido outro, caso o 2º golo tivesse surgido ainda na primeira parte. Considerando porém as duas bolas ao poste do Newcastle, penso que o mesmo se aceita.

Fica uma grande exibição europeia e uma noite que pode servir de ensaio a outros voos da águia. A enorme falange de apoio inglesa, sempre fiel no acompanhamento das suas equipas, sobretudo o Newcastle, que é um histórico de Inglaterra, foi quase completamente silenciada, submergida pelo Vulcão da Luz.

Resta fazer um jogo seguro e personalizado em Inglaterra para podermos passar às meias-finais e aspirar a vencer de novo, mais de 40 anos depois uma competição europeia. O Benfica, pela sua grandeza, já o merece. Esta equipa, pela sua qualidade e espírito, também. Tenho pena de não poder ir a Inglaterra, mas mais forte do que isso é a esperança de poder ir a Amsterdão e lá celebrar um feito histórico.

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