terça-feira, 9 de abril de 2013

Tudo o que falta jogar

Estamos já em plena fase de decisões. Os jogos são agora quase todos decisivos. O Benfica parte para esta fase com alguma margem, que conquistou com todo o mérito, nas três competições em que está envolvido: uma margem muito boa para alcançar a final da Taça de Portugal, uma vantagem importante nos quartos de final da Liga Europa, uma vantagem de 4 pontos no Campeonato. Preservando estas vantagens nos próximos jogos, o Benfica tem tudo para conquistar pelo menos as competições nacionais. A Liga Europa tem que ser vista como um bónus: é possível vencê-la mas não podemos esquecer que o Campeonato é a prioridade. Próxima jornada pode ser decisiva.

Os jogos:

Newcastle-Benfica, Saint James Park, 11 de Abril, 21.05h
Benfica-Paços de Ferreira, Estádio da Luz, 15 de Abril, 20.00h (Taça de Portugal)
Benfica-Sporting, Estádio da Luz, 21 de Abril, 20.15h (26º jornada da Liga)
1ª mão da Meia final da Liga Europa, a confirmar, 25 de Abril
Marítimo-Benfica, Estádio dos Barreiros, 28 de Abril (27ª jornada da Liga, hora por confirmar)
2ª mão da Meia Final da Liga Europa, a confirmar, 2 de Maio
Benfica-Estoril, Estádio da Luz, 5 de Maio, 20.15h (28ª jornada da Liga, hora por confirmar)
Porto-Benfica, Estádio do Porto, 12 de Maio, 20.15h (29ª jornada da Liga, hora por confirmar)
Final da Liga Europa, Estádio Arena de Amsterdão, 15 de Maio, 20.45h.
Benfica-Moreirense, Estádio da Luz, 19 de Maio, 16.00h.
Final da Taça de Portugal, Estádio Nacional (do Jamor), 26 de Maio às 17.00h.

A análise:

O Benfica tem nos próximos dois jogos uma vantagem de dois golos para gerir, assim como um período relativamente grande de tempo, sobretudo se comparado com o que temos jogado até aqui: primeiro 4 dias de intervalo, depois 6. É uma oportunidade para respirar um pouco e ganhar balanço para o ciclo final de jogos.
Já na quinta-feira em Newcastle, o Benfica tem que fazer um jogo inteligente mas não baixando nunca de intensidade, pois sabemos que os ingleses, a fazer um mau campeonato, darão tudo neste jogo para tentar salvar a época. Marcar fora será sempre importante até para, se possível, fazer alguma gestão de esforço na segunda parte do jogo.
Com o Paços, tratar-se-á sobretudo de manter o ritmo e a atitude competitiva, para não criar facilitismos. A presença na final da Taça é um imperativo e importa que não assumamos que isso já está alcançado, salvaguardando-nos de qualquer dissabor. Nestes dois jogos, Jorge Jesus poderá também aproveitar para dar ritmo a algum jogador que queira preparar para ser chamado a desafios mais decisivos e que neste momento não tenha muito ritmo, como por exemplo André Gomes.
A partir daí, a partir de 21 de Abril vêm os jogos de intensidade máxima, começando logo com um derby. Esta jornada pode definir muita coisa: na eventualidade de uma vitória nossa em casa contra o Sporting e um deslize do Porto em Moreira de Cónegos, o campeonato ficaria quase decidido. Mesmo com um empate nos Barreiros, o Benfica seria certamente campeão. Nessa medida, tal permitir-nos-ia uma aposta mais séria, mais empenhada, mais decisiva na Liga Europa, caso ultrapassemos o Newcastle.
Não se verificando esse cenário, o Benfica terá, na minha óptica, que assumir que o Campeonato é a verdadeira prioridade e que, mais importante que a eventual meia final da Liga Europa, são os compromissos com o Marítimo e o Estoril, que se realizam nos fins de semana após os dois jogos da competição europeia.

Nessa medida, o Benfica só pode ir dar tudo, jogando com Melgarejo, Matic, Lima, Enzo Perez, Gaitan e Sálvio, nos jogos da eventual meia-final se tiver uma almofada de 6 ou 7 pontos no fim da próxima jornada. Caso contrário, terá que haver gestão, terá que haver jogadores poupados para os confrontos decisivos e prioritários sobretudo com o Marítimo mas mesmo também com o Estoril. Uma eventual segunda mão da meia-final da Liga Europa, com jogadores a terem que jogar nos limites contra uma equipa grande europeia (imagine-se um Chelsea por exemplo) num jogo disputado e aberto até ao fim, não poderia deixar de ter, nesta fase avançada da época, consequências físicas para um jogo decisivo (pois vale os mesmos 3 pontos dos outros) a disputar apenas 3 dias depois contra o Estoril (boa equipa, por sinal).

Claro que há outros dois cenários que alterariam as coisas. O primeiro, que certamente não desejamos, é o da eliminação do Benfica já nesta ronda. O segundo, mais sorridente, é o de o Benfica ultrapassar o Newcastle e nas meias-finais ter como adversário uma equipa menos consagrada, por exemplo o Basileia. No cenário ideial, o Benfica garantiria na próxima jornada os tais 6 pontos de vantagem e para além disso, ultrapassando o Newcastle, tinha ainda a fortuna de jogar com o Basileia as meias finais. Estamos enfim já no campo, muito distante da realidade, dos desejos e puras especulações. O que me parece porém mais importante é que tenhamos em mente o que ficou dito no parágrafo anterior.

Cumprindo nos seus jogos, jogando com o rigor, empenho e espírito que tem tido, a qualidade dos jogadores do Benfica permite-nos pensar que podemos passar à final da Taça de Portugal, ganhar os próximos 3 jogos do campeonato e chegar ao estádio do Porto com os necessários 4 pontos de vantagem que praticamente nos garantiriam o título. O Benfica tem certamente qualidade para não perder e até para ganhar nas antas ou dragão, mas todos nós passaríamos bem melhor se não tivessemos que chegar a esse jogo com a liderança em disputa, até por todo o passado dos últimos 30 anos.

Quanto ao resto, fica a faltar a Taça, que temos todas as condições para conquistar, muitos anos depois. O Guimarães (em circunstâncias normais será adversário do Benfica no Jamor) é uma boa equipa mas a uma distância muito grande desta grande equipa do Benfica. Quanto à Liga Europa, é o tal bónus que, dependendo das circunstâncias, poderemos ou não alcançar. Antes disso há porém que comer a sopa e o prato principal, não sendo esquisitos. As sobremesas só vêm depois.

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